A teoria comportamental considera que o comportamento dos organismos ocorre via interação de sensações, sentimentos, pensamentos e ações motoras.

A psicóloga Marilza Mestre tem formação comportamental skinneriana, e reconhece a importância da cognição enquanto mais um dos vários comportamentos. Principalmente as técnicas aplicadas à modificação de crenças irracionais, e, por esta razão, se autodenomina como comportamental-cognitivo.

A teoria cognitiva enfoca basicamente os processos do pensamento como a principal causa dos demais comportamentos. Na prática clínica a junção de técnicas dessas áreas do conhecimento mostra-se eficaz. Este esclarecimento é necessário para o posicionamento científico e evitar interpretações distorcidas.

O trabalho inicia focando a queixa trazida pelo cliente, mas contextualiza-a ao ambiente em que a pessoa está inserida. Assim se foca, na realidade, a relação da pessoa com seu ambiente, portanto o objetivo é que o cliente vença seus limites e possa aplicar os conhecimentos obtidos na terapia em outras áreas da sua vida. Ao se comportarem, as pessoas estão envolvidas em redes sociais, e seus atos provocam consequências em seu ambiente. Assim, as ações, crenças e os sentimentos interferem no comportamento de outras pessoas de sua convivência.

Os comportamentos são aprendidos durante o curso de vida, por meio de determinados processos. Algumas vezes somos reforçados pelo que fazemos, ou seja, recebemos incentivos que nos levam a repetir aquele ato. Outras vezes somos punidos diminuindo nossa probabilidade de agir. Podemos aprender também através de regras do nosso meio social. Estes conceitos são importantes para sabermos que muitas ações que mantemos têm origem nessa aprendizagem anterior e nem sempre ela é adequada ao momento atual.

Outros comportamentos que não conseguimos compreender em nós mesmos podem ter sua origem no processo evolutivo de nossa espécie, embora no contexto atual estejam provocando problemas. Outros são (ou foram) importantes ao grupo cultural de pertencimento daquela pessoa, interessa à sociedade mas, aparentemente, prejudicando aquele que queixa. Em processo terapêutico é possível discriminar a função destes e, se for o caso, adaptar e adquirir novos comportamentos mais adequados às situações.

Portanto, cada caso pressupõe um plano terapêutico específico e para proporcionar mudanças mais efetivas, pode ser indicado o envolvimento de outras pessoas (familiares, amigos, cônjuges etc.).