Pânico

O pânico é uma reação há muito tempo conhecida pela humanidade. A lenda grega sobre o semideus Pan tenta explicar este quadro de ansiedade: Pan, como era chamado o pequeno deus dos bosques (metade homem e metade animal) , também era conhecido como deus do horror por sua aparência apavorante, com um rosto que amedrontava quem o visse. Todos que o viam sofriam uma paralisação, com falta de ar, tontura, tremor, mãos geladas, sensação de impotência, de desamparo, de horror diante da morte iminente, o que denominaram pânico. Hoje, geralmente quem tem essas alterações fisiológicas sem causa aparente, tende a se assustar ainda mais, o que leva ao silêncio pelo medo de contar para outras pessoas e ser taxada de "louco/a". O senso comum, ainda, chama de pânico outras situações em que mesmo sem conseguir identificar a causa, ela existe, e nestes casos, profissionalmente estaria mais correto dizer que a pessoa está sentindo um ataque grave de ansiedade, tão forte e incômoda quanto o pânico. Todos nós estamos sujeitos a ter um ou mais ataques de ansiedade em nossas vidas. Já o pânico acontece em duas situações, os ataques de pânico e a síndrome do pânico. O ataque de pânico acontece diante de situações em que a pessoa está, de fato, diante de possibilidade de perder a vida. Uma descarga excessiva de adrenalina é descarregada e o coração não suportando a sobrecarga entra em sofirmento, os pulmões queimam com a ampla oxigenação e a sensação é de que se vai morrer. Quando estivermos diante de situações em que sentirmos a impotência diante do perigo é desejável que a ansiedade suba tanto que acione um 'gatilho' neurológico e, aí, haverá alta descarga de adrenalina. Se o perigo não passar ou pelo menos for amenizado, a cadeia reflexa vai ser concluida com a alta liberação de endorfinas que poderão levar à uma parada cardiáca. Se a morte for, de fato, inevitável, o individuo poderá morrer. Um exemplo disto é o que ocorre em ocasiões como o ataque de "11 de setembro" às torres gemeas no EUA. As pessoas que ali estavam, não tinham saída, havia fogo em sua volta e o abismo à sua frente. Saltar ou ficar era igual a morrer, desta forma, ter um ataque potente de pânico proporcionaria uma morte sem dor. É bom ressaltar que nesta situação não há uma escolha em se ter ou não o ataque, simplesmente é uma condição do corpo humano diante da morte iminente. A Síndrome do Pânico caracteriza-se por uma repetição desse ataque descrito numa freqüência de pelo menos quatro vezes num prazo de um mês. As reações fisiológicas são produto de alteração da enzima noradrenalina, que, superproduzida desnecessariamente (não havendo perigo real), desencadeia a crise.

Sintomas do Ataque de Pânico

Este distúrbio é nitidamente diferente de outros tipos de ansiedade, caracterizando-se por crises súbitas, sem fatores desencadeantes aparentes. A sensação é de morte iminente, de perda de controle e medo de enlouquecer. Pode ocorrer uma única vez na vida ou várias vezes, depende do indivíduo. Existem treze sintomas básicos descritos que apontam para um ataque de pânico, são eles:
  • palpitações ou ritmo cardíaco acelerado;
  • sudorese;
  • tremores ou abalos;
  • sensações de falta de ar ou sufocamento;
  • sensações de asfixia;
  • dor ou desconforto torácico;
  • náusea ou desconforto abdominal;
  • sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio;
  • desrealização (sensação de irrealidade) ou despersonalização (estar distanciado de si);
  • medo de perder o controle ou enlouquecer;
  • medo de morrer;
  • parestesias (anestesia ou sensações de formigamento);
  • calafrios ou ondas de calor.
Segundo o DSM-IV e também o CID10 a síndrome do pânico já pode ser caracterizada quando em um período de um mês, a pessoa passou por quatro ataques de intenso medo ou desconforto acompanhados por pelo menos quatro dos treze sintomas descritos. O ataque tem início súbito e cresce rapidamente, atingindo um pico, com duração média de 4 a 30 minutos.

Síndrome do Pânico

A maior parte dos relatos de quem sofre com a síndrome do pânico, (ou ainda como também é conhecido, transtorno do pânico) trazem fatos como os seguintes: "De repente, eu senti uma terrível onda de medo, sem nenhum motivo"; "Meu coração disparou, tive dor no peito e dificuldade para respirar"; "Pensei que fosse morrer"; "Tenho tanto medo. Toda vez que me preparo para sair, tenho aquela desagradável sensação no estômago e me aterrorizo pensando que vou ter outra crise de pânico"; Por causa dos seus sintomas desagradáveis, a síndrome do pânico pode ser confundida com uma doença cardíaca ou outra doença grave. Por isso, freqüentemente as pessoas procuram primeiro um pronto-socorro quando têm a crise de pânico e podem passar desnecessariamente por extensos exames médicos para excluir outras doenças. Os especialistas não sabem exatamente porque o transtorno do pânico acontece ou porque algumas pessoas são mais suscetíveis ao problema do que outras. De acordo com uma das teorias, o sistema de alerta normal do organismo, o conjunto de mecanismos físicos e mentais que permite que uma pessoa reaja a uma ameaça tende a ser desencadeado sem necessidade em uma crise de pânico, ou seja, sem haver perigo iminente. A substância chamada Noradrenalina que é produzida no organismo em situações de perigo, e no ataque de pânico, é produzida de maneira desregulada e sem necessidade. Ao ir para a corrente sangüínea provoca a crise, com os sintomas de taquicardia, falta de ar, sudorese, etc. Graças a estudos, há uma variedade de tratamentos para a síndrome. Atualmente, os mais utilizados, são os medicamentos e a psicoterapia especializada. Pessoas com distúrbios do pânico podem necessitar de tratamento para outros problemas emocionais. A depressão tem sido freqüentemente relacionada ao distúrbio do pânico, assim como o alcoolismo e a dependência de drogas.

Tratamento da Síndrome do Pânico

Graças a estudos, há uma variedade de tratamentos. Atualmente os mais utilizados são os medicamentos e a psicoterapia especializada. Pessoas com distúrbios do pânico podem necessitar de tratamento para outros problemas emocionais. A depressão tem sido freqüentemente relacionada ao distúrbio do pânico, assim como o alcoolismo e a dependência de drogas.

Sugestões de Leitura

DEPARTAMENTO DE SAÚDE E SERVIÇO SOCIAL - EUA - Distúrbios do Pânico. Publicação DHHS. Impressa em 1991. Reimpressa em 1992. DSM-IV (1994). Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais. Wolpe, J. (1978). Prática de terapia comportamental.São paulo: Brasiliense. Torres, N. (1989). Transtorno do Pânico. Dissertação de Mestrado. Curso de Pós-graduação em Psicologia. PUC Campinas/SP